domingo, 7 de outubro de 2012

A importância do voto



Por Paulo Tharcicio Motta Vieira(*)

Invariavelmente, muitos de nós não lembram para quem foi dado o voto para vereador nas últimas eleições. Esse comportamento descompromissado, que visa somente cumprir a obrigatoriedade legal, acarreta na ausência de controle do parlamentar eleito, uma vez que muito menos ele, sabe quem efetivamente o elegeu. Desta forma, criamos um ciclo vicioso que atrela o total descompromisso do eleitor ao descompromisso total do vereador eleito.
No meu modo de ver, a origem disso está em três aspectos bem marcantes:
- uma certa aversão que as pessoas têm ao jogo político, o que cria uma aversão aos políticos e às instituições, mesmo sabendo que é através deles que, pela via democrática - e democracia pressupõe um aprendizado contínuo -, vamos conseguir realizar as mudanças necessárias.
 - o individualismo que se apossou das pessoas, patrocinado pelo pensamento hegemônico do neoliberalismo, o que a rigor nos volta para o próprio umbigo, nos impedindo de ver claramente a causa das desigualdades sociais.
- a ilusão criada pelo marketing eleitoral, que transforma os candidatos em produtos a serem consumidos e deixa em segundo plano a mensagem ideológica, que em última instância deveria ser o elemento principal de decisão do voto.
Assim, acredito que precisamos refletir bastante com relação às eleições deste ano, é importante lembrar que o menor detalhe da nossa vida representa o exercício da cidadania que desfrutamos e é o resultado das escolhas de nossos representantes.
Somente na política que serve à maioria, vão ser reduzidas as injustiças sociais, o desemprego, a violência urbana e a miséria, uma vez que tudo isso é gerado pela política que serve à minoria mais abastada da população, as ditas elites.
A força do nosso voto pode alterar a tão injusta realidade que vivemos, ao eleger homens e mulheres imbuídos de uma visão humanista e universalista, que efetivamente podem fazer a diferença.
Por isso não nos deixemos iludir por impressões superficiais, vamos debater com os nossos colegas de trabalho e familiares, refletir bastante para ter a clareza do projeto político que alimenta os nossos sonhos, lembrando sempre que a indiferença ou a não participação efetiva farão com que outros escolham por nós, e podem ser eleitos candidatos que não representem esse nosso desejo.
É importante também refletir sobre a importância do voto municipal, pois é nas cidades que se estabelece o conflito direto entre as demandas da população e os seus representantes, assim a eleição de um prefeito progressista e de uma bancada de vereadores que possa lhe dar sustentação, é essencial para que consigamos avançar sobre as mazelas que afligem quase a totalidade do povo nas grandes cidades.
Por último, lembremos que o nosso voto é que pode determinar a ampliação dos espaços democráticos e da participação popular e o fortalecimento da tão recente democracia brasileira e principalmente do controle da sociedade sobre o poder público, somente assim será permitido nos orgulharmos do futuro que deixaremos para aqueles que vierem depois de nós.

(*) Paulo Tharcicio Motta Vieira - Paulão, é bancário do BB, dirigente da FETEC/CUT/PR e residente da Diretoria Executiva da FUEP, Gestão 2009/2013 

sábado, 24 de outubro de 2009

Saco é um Saco

Sacolas plásticas: 44% dos consumidores pagariam para utilizá-las

SÃO PAULO - Segundo pesquisa realizada pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente), 44% dos consumidores pagariam para utilizar as famosas sacolas plásticas distribuídas nas compras pelo comércio.

Isso porque, na opinião deles, a cobrança é a única maneira para reduzir o consumo do produto. Outros 44% afirmaram que não pagariam pela sacolinha, mas que reduziriam seu consumo; e 12% dos entrevistados afirmaram que não pagariam, já que acreditam que as sacolas devem ser de graça.

Uso

Ainda de acordo com o levantamento do Ministério, 43% dos participantes da pesquisa disseram que usam sacolas retornáveis, 30% só as utilizam de vez em quando e 27% não as usam.

A fim de despertar a consciência ambiental nos consumidores e incentivá-los a recusar as sacolas plásticas em suas compras, adotando uma retornável ou outra alternativa, o MMA lançou a campanha "Saco é um Saco".

Em vigor há seis meses, a iniciativa conta com um blog (www.sacoeumsaco.com.br) e ações articuladas em redes sociais.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Salvar o Planeta Terra, ainda dá tempo!

"A Terra tem o suficiente para a necessidade de todos, mas não para a ganância de uns poucos." (Mahatma Ghandi).


Se analisarmos as inúmeras espécies que habitam o nosso planeta, concluiremos que os seres humanos são a espécie biológica que melhor se adaptou.

Desde a origem evoluiu e ocupou todas as regiões do planeta, criou estruturas sociais complexas, descobriu novas tecnologias, e com a sua tendência expansionista, a cada dia aumenta a capacidade de exploração dos recursos naturais.

Entretanto, a trajetória evolutiva do ser humano sobre o Planeta Terra tem sido altamente predatória.

A utilização desenfreada dos recursos naturais do planeta tem sido maior do que a sua capacidade regenerativa. E em nome do progresso econômico, ecossistemas inteiros foram e continuam sendo destruídos, colocando em risco a sobrevivência de muitas espécies e do próprio homem.

Por conta disso a crise ambiental está aí, bem na nossa frente, fazendo com que temas como ecossistemas, aquecimento global, reciclagem, sustentabilidade, passem a fazer parte do nosso dia-a-dia.

Diferentemente do que acontecia há algumas décadas, quando as discussões sobre meio ambiente era restrita a alguns poucos cientistas, já preocupados com o rumo do nosso desenvolvimento e das organizações ecológicas, hoje permeiam todas as ações de desenvolvimento, embora sem a devida profundidade de análise, que seria necessária dada à gravidade do problema.

Só para lembrar, o maior poluidor atual é o EUA, que até agora não tornou-se signatário do protocolo de Kyoto pela diminuição da emissão de gases na atmosfera.

No Brasil, embora os progressos significativos na fiscalização e no processo de liberação de obras que possam causar danos significativos ao meio-ambiente, ainda existe uma séria rejeição do Governo Federal à causa ecológica, notadamente daquelas obras que fazer parte o arcabouço desenvolvimentista propostas pelo Governo Lula no PAC.

De qualquer forma, o aquecimento global está ai, os buracos da camada de ozônio são uma realidade e as mudanças climáticas observadas não deixam qualquer dúvida: A Terra está doente.

Assim, o que antes era assunto pontual de alguns segmentos da sociedade, hoje, pela urgência do tema, tornou-se uma discussão mais ampla e a sua importância extrapola a vontade e o desejo de alguns, é necessário transformar-se numa preocupação de todos e de cada um de nós

A Responsabilidade de cada um

“A crise ecológica – isto é, o principal problema de Gaia – não é a poluição, o lixo tóxico, a destruição da camada de ozônio ou qualquer coisa semelhante. O principal problema de Gaia é que não há um número bastante grande de seres humanos que tenha se desenvolvido até os níveis de consciência pós-convencional, mundicêntrico e global o que faria com que eles se voltassem naturalmente para a conservação deste planeta.” (Ken Wilber in Psicologia Integral).

Ao analisarmos a frase acima, não podemos deixar de considerar que é necessário fazer uma reavaliação urgente, no nosso atual padrão de consumo. A relação do ser humano com a Terra é baseada em estágios primitivos de atendimento de necessidades, por isso, talvez, a necessidade de sobrevivência das sociedades primitivas ainda esteja muito presente no nosso inconsciente coletivo.

Assim, crenças primitivas sobre competição e sobrevivência – mesmo maquiadas e vendidas como “modernas” pela literatura política e econômica – alimentam ciclos de opressão, miséria, guerras e depredação ambiental.

Na base da crise ecológica está uma crise de valores e de significados, a mudança do paradigma de uma visão individualista para uma visão sistêmica e coletiva, é a mudança de estágio de consciência, da qual depende a nossa sobrevivência como espécie.

Esse com certeza é o maior desafio da nossa geração, quebrar o paradigma de modelo egoísta e centralizado nas necessidades individuais do “EU” para um modelo coletivo, mais inclusivo, que aceite e respeite a diversidade, do “NÓS”.

Mas tem que ser um “NÓS” que realmente inclua “TODOS NÓS”, porque na verdade estamos todos no mesmo barco, e nenhum barco afunda pela metade.